Golpes pela internet quase triplicam no Rio no primeiro trimestre de 2021

 

Corretor de imóveis diz que quase caiu em golpe, mas desconfiou na hora de pagar boleto. Porteiro que juntou economias para casamento perdeu R$ 4.300.


Criminosos usam site falso parecido com o verdadeiro para atrair vítimas — Foto: Reprodução/TV Globo

Criminosos usam site falso parecido com o verdadeiro para atrair vítimas — Foto: Reprodução/TV Globo

Os golpes digitais quase triplicaram no Rio nos três primeiros meses de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP).

Estelionatos digitais:

  • 3 primeiros meses de 2021 – 3.616
  • 3 primeiros meses de 2020 – 1.481

Em meio à crise econômica, os estelionatários tentam de tudo para tirar dinheiro das pessoas e muitas vezes conseguem.

Um corretor de imóveis quase foi vítima de um golpe ao tentar comprar um carro em uma empresa de leilão virtual.

O negócio parecia legal, numa empresa conhecida.

Ele fez cadastro com todos os dados pessoais e trocou mensagens de celular com a empresa. No final, deu um lance de R$ 32 mil e foi o vencedor do leilão.

Mas desconfiou na hora de pagar o boleto.

“Eu achei que o preço tava bom, eu vi os outros lances e os outros lances estavam muito abaixo. Pesquisei e vi um site de reclamação na internet e vi que existiam muitas denúncias (…) Até a imagem do site é como se fosse uma clonagem, o site é muito parecido, o endereço é o mesmo e tal, e o telefone mudava. E aí isso começou a me alertar”.

A diferença entre o site verdadeiro e o falso é sutil, mas existe. No endereço falso aparece a palavra arremate – que não existe no verdadeiro.

O site falso, para tentar parecer com um site verdadeiro, ainda diz que é homologado pelo Tribunal de Justiça do Rio.

Ao checar o CNPJ da empresa falsa, é possível ver que se trata de uma microempresa aberta em abril deste ano, e que está no nome de uma mulher.

Essa empresa tem capital social de apenas R$ 1 mil, bem abaixo do que uma empresa tradicional de leilões deveria ter.

“Um esquema muito profissional, se eu não tivesse visto esse site de reclamação e se não tivesse pesquisado, eu teria caído”.

O corretor escapou do golpe, mas ainda tem muita gente que cai nas armadilhas antigas e fica no prejuízo. Geralmente, isso acontece com quem tem pouco dinheiro.

Porteiro Marizo Feliciano perdeu as economias ao cair num golpe na internet  — Foto: Reprodução/TV Globo

O porteiro Marizo Feliciano estava com tudo pronto para o casamento. Ele precisou de 5 anos para juntar R$ 7 mil.

Aí, viu um anúncio numa rede social de uma Saveiro 96.

O anúncio tinha apenas uma foto, e o preço era bem abaixo da tabela.

Marizo depositou R$ 4.300 como sinal. O restante seria pago na chegada do carro, que viria de São Paulo.

Foi quando os golpistas exigiram o pagamento total para a entrega. Eles mandaram até o suposto documento de transferência.

“Desconfiei que era um golpe assim que me falaram para pagar metade do preço do carro e assim que eu recebesse o carro, eu pagava o restante. (…) Aí, nisso entrou outra mulher no lugar do moço falando que eu só podia pegar o carro se eu pagasse o valor restante. Aí fiquei desconfiado. E fiquei esperando o carro até hoje”, conta Marizo.

Ele registrou queixa. Um amigo advogado está ajudando, mas, segundo a própria polícia, as chances que ele tem de recuperar as economias são mínimas.

André Miceli, especialista em Segurança Digital pela Fundação Getúlio Vargas do Rio (FGV), dá dicas de como se prevenir dos golpistas:

  1. Prestar atenção no e-mail e no site da empresa;
  2. Usar senhas fortes, com letras, números e símbolos em geral;
  3. Usar aquela aba anônima de navegação, para diminuir a quantidade de informações entre o seu navegador e os seus servidores;
  4. Prestar atenção em tudo que é postado nas redes sociais e com quem você interage nos ambientes digitais.

O que dizem os citados

A empresa verdadeira não retornou o contato da produção do RJ2.

Já o Tribunal de Justiça do Rio disse que não autoriza o uso de seu logotipo por leiloeiros.

Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/06/17/golpes-pela-internet-quase-triplicam-no-rio-no-primeiro-trimestre-de-2021.ghtml

 

 

 

 

 

 

 

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Cliente é acusada de golpe por Pix ao pagar por aplique, apanha e é presa

Mulher mostrou mensagem com “transação aprovada”, mas não transferiu valor.

Uma mulher foi presa no início da semana por suspeita de estelionato, em Maringá, a cerca de 420 km de Curitiba (PR). Antes do flagrante, ela deu golpes em dois salões de beleza ao dizer que realizaria o pagamento via Pix e chegou a ser agredida por uma das cabeleireiras, segundo a TV Record. Segundo depoimento de Stéfanie, a dona de um salão de beleza, a mulher pediu para colocar aplique no cabelo, um trabalho que consiste em dar volume nos fios, que custa caro e leva tempo significativo.

Após o fim do procedimento, a mulher ainda comprou cremes de cabelo antes de se dirigir ao caixa, onde teria que pagar mais de R$ 1.500 reais, segundo a dona do estabelecimento. Na hora do pagamento, ela optou pela transação via Pix.

“Ela me mostrou no celular dela [a mensagem] ‘concluído com sucesso’. Me mandou o comprovante, meu celular estava na bancada e eu vi que chegou a mensagem dela, e tudo belezinha. Mas eu não conferi na hora, esse foi o meu erro”, conta a empresária.

Quando foi checar o saldo, Stéfanie viu que o valor não estava presente em sua conta e decidiu ir atrás da cliente.

”Pedi para ela tirar o aplique numa boa, mas ela não quis, foi aí que partimos para a briga eu e ela”.

A acusada ficou com uma enorme falha na cabeça e precisou se dirigir a outro salão de beleza na região, onde é acusada de aplicar o mesmo golpe. Maria Aparecida Santana, dona do segundo salão, disse que a mulher contou uma história triste para ser atendida com urgência.

“A princípio ela chegou e disse que tinha brigado com a ex-mulher do namorado dela, eu acreditei e fiquei até com dó e acabei atendendo porque eu não tinha nem horário para ela”, conta Santana, que também aceita pagamento via Pix.

[O dinheiro] não caiu na minha conta, ainda falei para ela que geralmente o Pix quando a pessoa passa cai o dinheiro na hora”, disse. Ainda assim, a mulher conseguiu ir embora sem realizar o pagamento.

A suspeita foi presa em Sarandi, a cerca de 20 km de Maringá, e pode responder pelo crime de estelionato.

A primeira cabeleireira ainda conseguiu recuperar o produto, mas a segunda terá que arcar com o prejuízo.

“O dia em que ela foi presa, nós conversamos com o delegado, mas ele disse que eu não posso tirar o cabelo sem a autorização dela, e ela não nos autorizou a tirar. Tá presa com o meu cabelo”, desabafou.

Fonte: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/05/27/golpe-no-pix-cabelereira-briga-e-remove-aplique-de-golpista-que-vai-presa.htm

Como evitar golpes e pirâmides financeiras envolvendo bitcoins e criptomoedas

Pirâmides não são novas no Brasil, mas golpistas viram nas criptomoedas um produto perfeito para atrair a atenção de potenciais vítimas

Durante a última alta do bitcoin, em 2019, o Brasil virou um celeiro de golpes com criptomoedas, que ainda reverberam até hoje. Empresas de criptos viraram destaque em meio a acusações de fraude, investigações e bilhões de reais em perdas de supostas vítimas.

Parte do sucesso das pirâmides financeiras tem a ver com a maneira com que o golpe se distribui, normalmente entre pessoas do círculo de confiança das primeiras pessoas que entram no esquema, e logo são responsáveis por espalhar a rede, na busca por lucros na forma de comissões.

Pirâmides não são novas no Brasil, mas golpistas viram nas criptomoedas um produto perfeito para atrair a atenção de potenciais vítimas. Se, em casos notórios, como o do Boi Gordo, esquema que consistia em vender fatias da propriedade de gado que não existia, nas fraudes envolvendo criptomoedas o ativo já é, por natureza, virtual.

O procurador Thiago Bueno, membro do grupo de combate a crimes virtuais do Ministério Público Federal (MPF), considera que a internet potencializa um crime que já existia há décadas, facilitando ofensivas que tiram proveito tanto do desconhecimento da população sobre criptoativos quanto do caráter totalmente virtual do produto da vez.“[É preciso] Buscar conhecer quem está fazendo essa oferta, com quem o consumidor está lidando, para que [o investimento] seja feito de uma forma mais maturada”, recomenda o membro do MPF, ressaltando que o investidor também deve ficar longe de promessas de altos lucros em pouco tempo. “Esse tipo de oferta também pode ser um indicativo de que se trata de um golpe”, alerta.Além disso, o investidor deve saber diferenciar um sistema de marketing multinível legítimo de uma possível pirâmide. A chave está na dependência de novos entrantes: se o faturamento do negócio só acontece porque novas pessoas estão sempre aderindo, há um forte sinal de fraude. O comércio em rede, portanto, deve ser apenas acessório e, principalmente, como meio de distribuir comissões sobre a venda de produtos –ou seja, não deve servir para dividir o dinheiro de quem paga para entrar na rede.O MPF também recomenda não confiar em negócios que só revelam detalhes, como os números de faturamento, mediante um pagamento antecipado. A estratégia serviria para esconder o golpe de curiosos, já que apenas quem está diretamente envolvido poderia saber dos pormenores.Pirâmides com criptomoedasNo caso das criptomoedas, o alerta deve ficar ligado especificamente em casos de comercialização de “planos de investimento” com promessas de recompensas fixas. Ofertas do tipo “compre um pacote X para receber Y% ao mês de retorno” são fortes indicativos de golpe.Recentemente, o cantor Gusttavo Lima divulgou em live na Internet o site de uma empresa que logo chamou atenção pela proposta: ao fazer um depósito em um dos planos ofertados, o usuário poderia obter até 400% de retorno sobre o investimento.“Desconfie de retornos fixos e altos demais”, diz o advogado Ricardo Kassin, que já defendeu várias vítimas de esquemas ligados a criptomoedas.

Ele reconhece que o mercado de criptomoedas pode, de fato, oferecer lucro muito alto, mas alerta que o risco cresce na mesma proporção.

Para reduzir as chances de cair em cilada, o especialista recomenda fazer uma varredura por informações públicas da empresa e dos sócios na Internet, em sites que vão do Reclame Aqui aos da Receita Federal e da Junta Comercial do estado.

Com os dados dos sócios em mãos, o investidor pode procurar outras empresas no nome das mesmas pessoas e checar a possível existência de reclamações de clientes ou processos transitados em julgado.Segundo Kassin, seus clientes poderiam não ter investido nos negócios supostamente fraudulentos se tivessem tomado algumas precauções.

O problema é maior com empresas sem presença no Brasil. Além da maior dificuldade para ingressar com ação judicial em caso de prejuízo, o consumidor, em geral, tem mais dificuldades para descobrir tudo sobre o negócio.

O advogado explica que, em casos de empresas estrangeiras, a possibilidade de prevenção do investidor diminui muito. “Eles podem fazer um site lindo, com depoimentos falando bem, matérias pagas, grupo no Facebook com 500 pessoas falando que [o negócio] é super seguro”, conta.

Nesses casos, o risco geralmente não compensa o investimento, especialmente se o valor pedido for alto demais.As pirâmides mais famosas do Brasil ruíram em 2019, mas o procurador Thiago Bueno teme por uma nova onda de esquemas parecidos em 2021.

Para ele, a queda do mercado de criptomoedas no mês de maio pode ajudar a revelar empresas fraudulentas que não investiam em criptomoedas e estavam apenas desviando recursos de clientes que desejavam surfar a alta e, por isso, não sacavam os supostos lucros.“Houve [em 2019] uma arregimentação de valores dentro desse esquema de pirâmides quando o valor do criptoativo estava alto.

Depois, quando caiu, as pessoas descobriram que estavam na condição de vítima, porque quando foram buscar o dinheiro que elas investiram, não tinham mais. Pode ser que esse comportamento se repita agora também”.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/business/2021/06/10/como-evitar-golpes-e-piramides-financeiras-envolvendo-bitcoins-e-criptomoedas